Se o destino me fez feliz algum dia
Esse momento aconteceu quando te conheci.
Porque naquele instante
Senti que minha vida tomava outro rumo
Que havia muito mais luz em meu caminho
E eu estava AMANDO.
Desde então há um tempo permanente de felicidade
Quando acordo e lembro que estás comigo
O dia me traz tudo de bom
E eu vivo sobre uma camada de nuvens.
Estou vivendo um tempo bom
E me sinto um dos mais gratificados seres humanos
Pelo simples fato de poder estar contigo.
"EU TE AMO"
NAMORAR por Arnaldo Jabor
Namorar é algo que vai muito além de cobranças.
É cuidar do outro e ser cuidado por ela(e).
É telefonar só pra dizer bom dia.
É ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas.
É transar por amor.
É ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo pra chorar, uma mão para enxugar lágrimas...
Enfim...
É ter alguém para amar.
Somos livre para optar.
E ser livre não significa beijar a boca de todo mundo por aí e não ser de ninguém.
É ter coragem.
É ser autêntico.
É se permitir viver um sentimento.
Por Arnaldo Jabor
Era uma manhã de sol quente e céu azul quando o humilde caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura. De quem se trata? Quase ninguém sabe. Muita gente acompanhando o féretro? Não. Apenas umas poucas pessoas. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve. Logo depois que o corpo desocupou o quarto singelo do asilo, onde aquela mulher havia passado boa parte da sua vida, a moça responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, algumas anotações. Eram anotações sobre a dor... Sobre a dor que alguém sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos... Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, grafado em algumas frases: "Onde andarão meus filhos? Aquelas crianças ridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas, talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe? Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão... Se ao menos eu pudesse andar... Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão. Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho... Os dias passam... e com eles a esperança se vai... No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei... Mas, agora... como esquecer que fui esquecida? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia? Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo. Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima... Queria saber dos meus filhos... dos meus netos... Será que ao menos se lembram de mim? A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim. Às vezes, em meus sonhos, vejo um lindo jardim... É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria... Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... que eu vivo... que eu sinto... Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso. E esse alguém voltou para provar isso, mesmo depois de ter sido crucificado e sepultado... E essa é a única esperança que me resta... Sinto que a minha hora está chegando... Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam... Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado... ......................................... A data assinalada ao final da última anotação, foi a data em que aquela mãe, esquecida e só, partiu para outra realidade. Talvez tenha seguido para aquele jardim dos seus sonhos, onde jovens afetuosos e gentis a conduzem pelos caminhos floridos, como filhos dedicados, diferentes daqueles que um dia ela embalou nos braços, enquanto estava na terra.
empatia (s.f.) Não é sentir pelo outro, mas sentir com o outro. É quando a gente lê o roteiro de outra vida. É ser ator em outro palco. É compreender. É não dizer "eu sei como você se sente". É quando a gente não diminui a dor do outro. É descer até ao fundo do poço e fazer companhia pra quem precisa. Não é ser herói, é ser amigo. É saber abraçar a alma.
João Doederlein
Ela abre as páginas do livro dela e eu leio com os olhos, com os dedos, salivando.
Leio de olhos fechados, língua em braille, segurando a capa e a contracapa com as mãos espalmadas.
Os capítulos tem gosto de mar, morno e salgado, vital.
Folheio, dedilhando esse page-turner.
Seguro, aperto a capa, pra não soltar, não cair.
O som dos meus dedos molhados pelas páginas, até que esse capítulo se encerre, pelo menos por hoje.
Primeiro poeminha de abril 🥳