Eu não sabia se gostaria desse livro. É claro, eu fiquei feliz em ganhá-lo; como muitas pessoas formadas em humanidades, eu já conhecia a Chimamanda: assisti a um dos TedTalks dela em sala de aula e li Para Educar Crianças Feministas, também sabia que ela era romancista. Mas eu não sabia o que esperar, então comecei com cautela, da forma como entro na piscina quando desconfio que a água está gelada. A princípio, foi uma leitura um tanto morna, e definitivamente hesitante. Contudo, conforme avancei, percebi que tinha entrado não numa piscina, mas no mar, e já estava totalmente mergulhada.
De repente, eu estava em meio à correnteza, encantada por Ifemelu, atraída por sua personalidade, sua desinibição, e emaranhada em seus problemas. Mas não foi só a escrita de uma personagem cativante que me conquistou, embora aos poucos; a experiência dela nos Estados Unidos foi o que de fato me prendeu. Eu costumo comentar com amigos como a literatura, o cinema e videogames são exercícios de empatia, e isso se torna ainda mais verdadeiro quando se é uma mulher negra, porque parece que nada é sobre nós. Assim, quando eu esperava não encontrar nada em comum com seu período de imigrante, me surpreendi com as situações nas quais a raça se fez elemento fundamental de conflito.
Todo o seu processo de descobrimento do cabelo natural, do big chop e dos produtos adequados (num blog, ainda por cima!) me trouxe memórias cálidas de algo pelo qual eu também passei, mesmo não tendo feito um alisamento permanente e, à época, sendo jovem demais para perder oportunidades de emprego por causa disso. Por outro lado, me senti levemente cutucada pelo tanto que me vi no academicismo e na disciplina de Blaine. Contudo, um dos momentos que mais pegou em um ponto delicado foi o Ex-Namorado Branco e Gostoso; ou melhor, como essa foi uma relação permeada de silêncios para Ifemelu e como me identifiquei facilmente. Se você não é um homem (cis/het), deve ser relativamente fácil entender, porque você provavelmente aprendeu que existem assuntos a serem evitados e coisas a não serem ditar para manter a paz. Mas quando um relacionamento, seja com amigos, romances ou familiares, é interracial, parece que esse silêncio cresce até formar um abismo. E nem sempre é falta de acolhimento; por mais que muitas dessas pessoas tenham consciência racial, leiam Fanon e sejam antirracistas, existe uma solidão intransponível, uma dificuldade de comunicar tantas coisas íntimas e importantes, mas que jamais seriam compreendidas. Escrevendo agora, mais de uma semana depois de ter terminado o livro, percebo que a minha surpresa com a leitura foi essa intimidade inesperada.
Enfim, é meio óbvio que este texto não é uma resenha, nem tem a pretensão de ser. Chego a acreditar que nem poderia. Por isso, vou me aproveitar para não escrever uma conclusão. E não me entenda mal, já escrevi resenhas de diversos livros que me tocaram de várias formas, das acadêmicas aos posts de blog, mas nesse caso não parecia o certo a se fazer. Eu simplesmente queria falar sobre esse livro, como faria em uma conversa com amigos, porque percebi que fez sentidos onde eu não esperava.
Happy October first!
Today I did a Jack Skellington makeup look, I'm so excited about Halloween season 🎃 (not so much about the warmer months coming)
🎶 This is Halloween, This is Halloween! 🎶
Halloween!
A little Ghos-tea to kick off the spooky season!
Incision
twitter. ig. merch
Fangs, by Sarah Andersen
(pictures by me)
Esse webcomic publicado no Tapas pela Sarah Andersen, conhecida principalmente por sua websérie Sarah's Scribbles, retrata o relacionamento entre uma vampira e um lobisomem. Diferente de outras mídias que abordam romances sobrenaturais, o quadrinho usa de humor situacional para mostrar o cotidiano quase normal do casal. É uma história fofa, calorosa e surpreendentemente saudável com doses de humor afiado.
Como mencionei, o quadrinho está disponível para leitura gratuita, em inglês, no aplicativo/website Tapas, além de haver uma publicação em português brasileiro sob o título de Mordida. Minha primeira leitura foi virtual, portanto posso afirmar que apesar de a edição física conter alguns quadrinhos a mais, não perde-se nada em experiência de leitura.
A vantagem do formato físico, neste caso, seria acrescentar uma bela edição encadernada em tecido à sua biblioteca. Esse estilo remete às antigas edições de clássicos da literatura, os quais eu costumava ver, mas nunca ter
O papel usado para impressão é branco, o que me incomodaria em um romance, novela ou conto mais extenso, porém a pouca quantidade de texto faz com que essa escolha seja adequada.
My love, Medusa 🐍❤️
Aparentemente, eu voltei pra esse site. linktr.ee/esseextraneum
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